segunda-feira, 27 de junho de 2011

Amigo é coisa pra se guardar...


 "Amigo, pra mim, é só isso:
a pessoa com quem a gente gosta de conversar,
do igual o igual, desarmado.
O de que um tira prazer de estar próximo.
Só isso, quase; e os todos sacrifícios.
Ou amigo é que a gente seja,
mas sem precisar de saber o por quê é que é."
Guimarães Rosa

A palavra Amizade vem do latim amicus. Ser e estar amigo é algo que deveria nos envaidecer, afinal, estabelecer esta comunicação sincera e franca envolve conhecer o outro como a nós mesmos e assim respeitá-lo em seu mais íntimo ardor.

Há quem acredite na amizade como um instinto de sobrevivência da espécie – a necessidade de nos protegermos de outros seres. Confesso que mais que me sentir protegido, com amigos de verdade me sinto acolhida, aconchegada.

Nada melhor que a casa de um amigo, que receber seu “pouso”, tal como a criança que se  diverte em estar com o outro e se permite naturalmente entregar-se também.

Existem irmãos que escolhemos para serem nossos amigos, mas há amigos que escolhemos para serem nossos irmãos, e por eles agradeço à Deus. Pois são os mesmos que me permitem dar o melhor de mim sem precisar por algo esperar, mas o melhor dele eu sei que sempre está lá me aguardando também.

Obrigado aos amigos irmãos Jú, Paulo e Morena pelo abraço, afeto, ombro, sorrisos, vinhos, passeios, estada e permanência em nossos corações!

quinta-feira, 2 de junho de 2011

É interessante a desculpa de escrevermos para o outro, o que na verdade é para nós mesmos!!!

Eu aceito, Tu aceita, Nós nos aceitamos...



“...na experiência do coletivo que a vida neoliberal - individualista - escondeu!!!! Para ser parceiro não penso ser necessário 'despir-se de você", mas acolher o outro em mim: a minha alteridade, constituindo um novo renovado eu.”
Como é bacana escrever e poder ler as reflexões dos demais... Principalmente quando abrem-se novas janelas para o pensar... sou-lhes grata!

A colocação acima me incitou ainda mais a reflexão a respeito de relações de equidade, igualdade e conceito moral de estar com o outro. Então fui buscar no dicionário o significado da palavra Acolher: Receber alguém bem ou mal, hospedar, agasalhar, aceitar, receber.

Ou seja, o fato de dizermos que acolhemos alguém não necessariamente é um ato de equidade, no qual me flexibilizo estreitando diferenças e ressaltando igualdades.

Diante do contexto capitalista que não emprega e tão pouco investe nas relações de “ganha X ganha” temos o verbo ACEITAR como um desafio. Para aceitar o outro em mim, indelevelmente meus valores, conceitos de mundo, de vida, de ser e estar, no aqui e agora, sofrem um abalo de escala sísmica.

Talvez por isso, seja cada vez maior o número de pessoas que encontra dificuldades de relacionar-se, em sua maioria porque queremos que o outro seja aquilo que idealizamos- aquilo que queremos – sem tirara nem por. E por não conseguirmos nos articular diante da frustração de não termos nossas ideias assim materializadas, vivenciamos relacionamentos relâmpagos.

Para acolher é preciso ter limites, saber exatamente aquilo que tenho para dar e entender o limite do que o outro tem para me oferecer. A fluidez entre os dois é uma questão mais de intuição e sensibilidade, enquanto que a razão seria como as algas no mar que dão sustento e oxigenação para a vida.

Acolher o outro pressupõe estar ao lado, caminhar junto, mesmo nos momentos em que não concordamos com as ideias alheias. De fato, generosidade, maturidade e sabedoria são bem vindos em nosso cotidiano e talvez exercitar algumas práticas possam ser um bom caminho. Pensemos juntos em algumas posssbilidades:

 - Os grandes sábios   transformam  dúvida   em  pergunta.   A resposta sempre vem, quando fazemos uma boa pergunta, porque no fundo ao elaborarmos a pergunta junto com ela elaboramos também a resposta, que na maioria das vezes já reside dentro de nós. É fato: precisamos voltar a ouvir a nossa voz interna! Ou perceber a sutileza da natureza que se revela de diferentes formas dependendo de nosso estado de ânimo (através de um sonho, uma conversa que ouvimos na  rua, a fala de um filme...).

- Viver o aqui e agora, aprendendo a acolher   um   momento  seja ele feliz   ou   triste, aprendendo a tirar o melhor  proveito  da  dádiva que é  o  presente. 
 
- Acolher uma crítica ou a ideia do outro, sem, no entanto ter a pretensão de acertar ou agradar sempre,  mantendo o foco apenas no fato que as críticas são bem vindas, pois sempre nos  fazem pensar, acrescentam ou nos ajudam a elaborar uma nova visão de nós mesmos. 

- Aprender a escutatória, que pressupõe ouvir o outro, ou a nós mesmos, sem  a preocupação da  defesa.

- Acolher um elogio, se alguém está  falando é porque nós conquistamos de alguma forma este lugar, este olhar. 

- Confiemos! Há um SER muito maior que rege nosso ir e vir e certamente por ELE somos guiados.


quarta-feira, 1 de junho de 2011

PARCERIAS REAIS



Hoje logo pela manhã já comecei refletir a respeito das parcerias que efetivamos ao longo de nossa vida, rapidamente me veio a figura de nossa primeira parceria (pelo menos para mim) que fora com minha família, pessoas com quem posso contar sempre, atemporalmente.

Observo que esta palavra vem caindo no ”jargão” das pessoas, é comum ouvirmos falar em parceria e todos acham que a estabelecem. Particularmente entendo-a como algo que somos,  vejo-a mais como uma postura diante da vida e do olhar que estabeleço ao outro que me circunda do que uma ação em si.

Nada mais atual que a Parceria!

Diante da diversidade ela é a chave mestra para o desenvolvimento de estratégias e solidificação de ideias, uma vez que é o encontro com o outro que me possibilita estar mais completo, ampliar-me a visão e estabelecer novas conexões.

Para mim, ser parceiro significa ter autoconhecimento e acima de tudo, perceber-me como dependente do outro para meu próprio desenvolvimento, mas também estar comprometido com a satisfação das necessidades deste outro.

A evolução desta parceria acontece quando proporciona à outra pessoa satisfação em trabalhar junto e conseguimos servi-lo da melhor forma possível, o que a efetiva como uma comunicação constante que amplifica o futuro.

Visto tudo isto, questiono-me se efetivamente conseguimos nos despir de nós mesmos para ouvir e perceber na voz do outro um sentido real, se “somos” parceiros ou “estamos” parceiros em nosso cotidiano...

E desejo firmemente que possamos parar frente ao espelho e nos comprometermos em construir parcerias sólidas e verdadeiras.