segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Sobre começos e recomeços... (parte I)



O tempo pede passagem e como um tufão nos leva à direções que nossos pensamentos, desejos e buscas nos encaminham.
Por vezes, para desvendá-lo, lançamos mão de estratégias e somos certeiros, noutras, a aventura de viver nos impõe riscos, e em algumas vezes, no meio do caminho sentimos uma vontade danada de voltar atrás...

O certo, é que a vida é uma aprendizagem constante, como diz a música, "todo mundo sabe a dor e a delícia de ser o que é", afinal, qual seria o objetivo de povoarmos a crosta terrestre se não fosse para crescer e avançar em nosso desenvolvimento moral, intelectual e humano?

Volto meu olhar ao que se foi, há quem diga que não devemos esperar o amanhã para sermos felizes... mas sabe, sou bem feliz! Arrisquei minhas fichas em uma nova empreitada, este foi sem dúvida, um ano de mudanças radicais! Tive dias difíceis, dias em que tive que encarar-me no espelho e assumir que talvez tivesse sido precipitada, em outros pude rir de mim mesma e de minhas peripécias, noutras chorei desesperada, porque o que está feito, está feito e em outros contentei-me em ser o que sou!

Escolher implica em perdas! Certamente perdi, mas certamente ganhei! Ganhei vida, ganhei cor, ganhei força e experiência. Tive contato com morte de perto, não a morte de todo dia (sim, todo dia morre-se um pouco), mas a morte real, aquela que leva aqueles que amamos e nos deixa a sós. Mas até com a tal da morte, fiz amizade, e ela complacente não me atacou!

Em um ano de desencontros, também tive encontros deliciosos, acho que o principal deles foi comigo mesma! Fiquei tão feliz, dei-me conta de que consegui voltar a ouvir minha intuição (aos poucos é claro, ela anda meio tímida comigo), mas de qualquer forma, valeu, valeu muito!

Isto que escrevo parece meio narcisística, eu falando de mim e comigo. Ah... mas quer saber? Acho que tenho me maltratado muito resolvi amar-me mais! Não o amor soberbo, mas aquele amor que brotando na gente transborda pro mundo.

Amemo-nos mais para amar mais o próximo!

Tarefa difícil?

Explico outro dia, ando também tão sem paciência para balelas, coisinhas à toa, gente mesquinha e briguenta...Urgh!!! Mas essa é outras história...

Agora, vou regar meu jardim, que a Flora aguarda por mim....





segunda-feira, 27 de junho de 2011

Amigo é coisa pra se guardar...


 "Amigo, pra mim, é só isso:
a pessoa com quem a gente gosta de conversar,
do igual o igual, desarmado.
O de que um tira prazer de estar próximo.
Só isso, quase; e os todos sacrifícios.
Ou amigo é que a gente seja,
mas sem precisar de saber o por quê é que é."
Guimarães Rosa

A palavra Amizade vem do latim amicus. Ser e estar amigo é algo que deveria nos envaidecer, afinal, estabelecer esta comunicação sincera e franca envolve conhecer o outro como a nós mesmos e assim respeitá-lo em seu mais íntimo ardor.

Há quem acredite na amizade como um instinto de sobrevivência da espécie – a necessidade de nos protegermos de outros seres. Confesso que mais que me sentir protegido, com amigos de verdade me sinto acolhida, aconchegada.

Nada melhor que a casa de um amigo, que receber seu “pouso”, tal como a criança que se  diverte em estar com o outro e se permite naturalmente entregar-se também.

Existem irmãos que escolhemos para serem nossos amigos, mas há amigos que escolhemos para serem nossos irmãos, e por eles agradeço à Deus. Pois são os mesmos que me permitem dar o melhor de mim sem precisar por algo esperar, mas o melhor dele eu sei que sempre está lá me aguardando também.

Obrigado aos amigos irmãos Jú, Paulo e Morena pelo abraço, afeto, ombro, sorrisos, vinhos, passeios, estada e permanência em nossos corações!

quinta-feira, 2 de junho de 2011

É interessante a desculpa de escrevermos para o outro, o que na verdade é para nós mesmos!!!

Eu aceito, Tu aceita, Nós nos aceitamos...



“...na experiência do coletivo que a vida neoliberal - individualista - escondeu!!!! Para ser parceiro não penso ser necessário 'despir-se de você", mas acolher o outro em mim: a minha alteridade, constituindo um novo renovado eu.”
Como é bacana escrever e poder ler as reflexões dos demais... Principalmente quando abrem-se novas janelas para o pensar... sou-lhes grata!

A colocação acima me incitou ainda mais a reflexão a respeito de relações de equidade, igualdade e conceito moral de estar com o outro. Então fui buscar no dicionário o significado da palavra Acolher: Receber alguém bem ou mal, hospedar, agasalhar, aceitar, receber.

Ou seja, o fato de dizermos que acolhemos alguém não necessariamente é um ato de equidade, no qual me flexibilizo estreitando diferenças e ressaltando igualdades.

Diante do contexto capitalista que não emprega e tão pouco investe nas relações de “ganha X ganha” temos o verbo ACEITAR como um desafio. Para aceitar o outro em mim, indelevelmente meus valores, conceitos de mundo, de vida, de ser e estar, no aqui e agora, sofrem um abalo de escala sísmica.

Talvez por isso, seja cada vez maior o número de pessoas que encontra dificuldades de relacionar-se, em sua maioria porque queremos que o outro seja aquilo que idealizamos- aquilo que queremos – sem tirara nem por. E por não conseguirmos nos articular diante da frustração de não termos nossas ideias assim materializadas, vivenciamos relacionamentos relâmpagos.

Para acolher é preciso ter limites, saber exatamente aquilo que tenho para dar e entender o limite do que o outro tem para me oferecer. A fluidez entre os dois é uma questão mais de intuição e sensibilidade, enquanto que a razão seria como as algas no mar que dão sustento e oxigenação para a vida.

Acolher o outro pressupõe estar ao lado, caminhar junto, mesmo nos momentos em que não concordamos com as ideias alheias. De fato, generosidade, maturidade e sabedoria são bem vindos em nosso cotidiano e talvez exercitar algumas práticas possam ser um bom caminho. Pensemos juntos em algumas posssbilidades:

 - Os grandes sábios   transformam  dúvida   em  pergunta.   A resposta sempre vem, quando fazemos uma boa pergunta, porque no fundo ao elaborarmos a pergunta junto com ela elaboramos também a resposta, que na maioria das vezes já reside dentro de nós. É fato: precisamos voltar a ouvir a nossa voz interna! Ou perceber a sutileza da natureza que se revela de diferentes formas dependendo de nosso estado de ânimo (através de um sonho, uma conversa que ouvimos na  rua, a fala de um filme...).

- Viver o aqui e agora, aprendendo a acolher   um   momento  seja ele feliz   ou   triste, aprendendo a tirar o melhor  proveito  da  dádiva que é  o  presente. 
 
- Acolher uma crítica ou a ideia do outro, sem, no entanto ter a pretensão de acertar ou agradar sempre,  mantendo o foco apenas no fato que as críticas são bem vindas, pois sempre nos  fazem pensar, acrescentam ou nos ajudam a elaborar uma nova visão de nós mesmos. 

- Aprender a escutatória, que pressupõe ouvir o outro, ou a nós mesmos, sem  a preocupação da  defesa.

- Acolher um elogio, se alguém está  falando é porque nós conquistamos de alguma forma este lugar, este olhar. 

- Confiemos! Há um SER muito maior que rege nosso ir e vir e certamente por ELE somos guiados.


quarta-feira, 1 de junho de 2011

PARCERIAS REAIS



Hoje logo pela manhã já comecei refletir a respeito das parcerias que efetivamos ao longo de nossa vida, rapidamente me veio a figura de nossa primeira parceria (pelo menos para mim) que fora com minha família, pessoas com quem posso contar sempre, atemporalmente.

Observo que esta palavra vem caindo no ”jargão” das pessoas, é comum ouvirmos falar em parceria e todos acham que a estabelecem. Particularmente entendo-a como algo que somos,  vejo-a mais como uma postura diante da vida e do olhar que estabeleço ao outro que me circunda do que uma ação em si.

Nada mais atual que a Parceria!

Diante da diversidade ela é a chave mestra para o desenvolvimento de estratégias e solidificação de ideias, uma vez que é o encontro com o outro que me possibilita estar mais completo, ampliar-me a visão e estabelecer novas conexões.

Para mim, ser parceiro significa ter autoconhecimento e acima de tudo, perceber-me como dependente do outro para meu próprio desenvolvimento, mas também estar comprometido com a satisfação das necessidades deste outro.

A evolução desta parceria acontece quando proporciona à outra pessoa satisfação em trabalhar junto e conseguimos servi-lo da melhor forma possível, o que a efetiva como uma comunicação constante que amplifica o futuro.

Visto tudo isto, questiono-me se efetivamente conseguimos nos despir de nós mesmos para ouvir e perceber na voz do outro um sentido real, se “somos” parceiros ou “estamos” parceiros em nosso cotidiano...

E desejo firmemente que possamos parar frente ao espelho e nos comprometermos em construir parcerias sólidas e verdadeiras.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Torradas queimadas



Hoje logo pela manhã recebi este texto de uma amiga muito querida. Sabe aqueles dias em que nosso coração está tão fraquinho... batendo bem devagarinho... quase sem força?
Pois bem, era assim que me sentia, mas eis que estas palavras me ilumiram e quero compartilhar com vocês minha luz!

TORRADAS QUEIMADAS

Quando ainda era um menino, ocasionalmente, minha mãe gostava de fazer um lanche, tipo café da manhã, na hora do jantar. E me lembro especialmente de uma noite, quando ela fez um lanche desses, depois de um dia de trabalho, muito duro.
Naquela noite, minha mãe pôs um prato de ovos, linguiça e torradas bastante queimadas, defronte ao meu pai. Eu me lembro de ter esperado um pouco, para ver se alguém notava o fato.
Tudo o que meu pai fez, foi pegar a sua torrada, sorrir para minha mãe e me perguntar como tinha sido o meu dia, na escola. Eu não me lembro do que respondi, mas me lembro de ter olhado para ele lambuzando a torrada com manteiga e geléia e engolindo cada bocado.
Quando eu deixei a mesa naquela noite, ouvi minha mãe se desculpando por haver queimado a torrada.
E eu nunca esquecerei o que ele disse:
- Adorei a torrada queimada...
Mais tarde, naquela noite, quando fui dar um beijo de boa noite em meu pai, eu lhe perguntei se ele tinha realmente gostado da torrada queimada.
Ele me envolveu em seus braços e me disse:
- Companheiro, sua mãe teve um dia de trabalho muito pesado e estava realmente cansada...  Além disso, uma torrada queimada não faz mal a ninguém A vida é cheia de imperfeições e as pessoas não são perfeitas.
E eu também não sou o melhor marido, empregado, ou cozinheiro, talvez nem o melhor pai, mesmo que tente todos os dias!
O que tenho aprendido através dos anos é que saber aceitar as falhas alheias escolhendo relevar as diferenças entre uns e outros, é uma das chaves mais importantes para criar relacionamentos saudáveis e duradouros.
Desde que eu e sua mãe nos unimos, aprendemos, os dois, a suprir um as falhas do o utro. Eu sei cozinhar muito pouco, mas aprendi a deixar uma panela de alumínio brilhando.
Ela não sabe usar a furadeira, mas após minhas reformas, ela faz tudo ficar cheiroso, de tão limpo. Eu não sei fazer uma lasanha como ela, mas ela não sabe assar uma carne como eu. Eu nunca soube fazer você dormir, mas comigo você tomava banho rápido, sem reclamar.
A soma de nós dois monta o mundo que você recebeu e que te apoia, eu e ela nos completamos. Nossa família deve aproveitar este nosso universo enquanto temos os dois presentes. Não que mais tarde, o dia que um partir, este mundo vá desmoronar, não vai. Novamente teremos que aprender e nos adaptar para fazer o melhor.
De fato, poderíamos estender esta lição para qualquer tipo de relacionamento: entre marido e mulher, pais e filhos, irmãos, colegas e com amigos.
Entao, se esforce para ser sempre tolerante, principalmente com quem dedica o precioso tempo da vida, à você e ao próximo.
As pessoas sempre se esquecerão do que você lhes fez, ou do que lhes disse.
Mas nunca esquecerão o modo pelo qual você as fez se sentir!

Dani Santos

sexta-feira, 8 de abril de 2011

O Ser e o estar no mundo


Há amigos que escolhemos para serem irmãos

Há irmãos que escolhemos para serem amigos!

           Agradeço à Deus pelas pessoas que circundam minha existência, elas (todas elas- sem excessão - as que me amam e as que por algum motivo não pude agradar) são presentes em minha vida, porque de alguma forma contribuem para meu crescimento pessoal e evolução espiritual.

Lendo Kierkegaard, observei que para ele o excesso de objetividade centrado na existência do homem não favorecia para que ele pudesse se soltar das amarras sociais. Afinal, o que é a verdade? 
Para ele, a verdade residia na subjetividade, portanto, nas escolhas que se faz diante das situações, que são volúveis com as incertezas e riscos que envolvem o viver. Estas por sua vez, promovem a evolução em saltos sucessivos e não de forma gradual e organizada. Isso é a liberdade, e somente ela com seus desafios podem fazer o homem crescer.
Refletindo sobre este conceito vemos que Kierkegaard defende a idéia de existência. Para ele a idéia de existência é ter consciência de si mesmo, sua razão, suas emoções, sua imaginação, onde pensamento e imaginação atuam juntos, trazendo através exercício do subjetivo a possibilidade de se alcançar um obsjetivo.

Falo aqui da intersubjetividade - conceito que permeia nossa existencia a medida em que  compartilhamos nossa forma de ser com os outros e assim nos constituimos como pessoa e contribuimos para que se contrituam também.

Hoje, é uma data importante para mim, é meu aniversário! É como se Deus me oportunizasse rever-me, refazer-me e buscar novas formas de agir.

Como ponderava Kierkegaard - o importante é aprender a amadurecer a mente para assim saber canalizar aspectos como a energia, a paixão e poder de decisão para que se torne aquilo que quiser. 

Que possamos cada dia mais ter consciência do poder que temos em nossas mãos em prol de nossos semelhantes e de nós mesmos!
Que Assim Seja!